Na esquina dos Galdino,
Um pequenino gato chegou,
Um pequenino gato chegou,
Com poucos dias de vida,
Solitário e sem amor.
Solitário e sem amor.
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Dedé logo avistou,
Pois por ali ele estava.
Pois por ali ele estava.
Ao tomar a sua Brisa,
Na beirada da Calçada.
Na beirada da Calçada.
O bichinho feio e Franzinho,
Que ao os Poucos se Arrastava.
Que ao os Poucos se Arrastava.
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Dedé ao olhar o bicho,
Se sentiu meio comovido.
Se sentiu meio comovido.
De ver um pobre animal,
Aponto do esquecido.
Aponto do esquecido.
Sem ter mãe e nem um dono,
Pra lhe dar um lar querido.
Pra lhe dar um lar querido.
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Pois foi naquele instante,
Que pensou consigo mesmo.
Que pensou consigo mesmo.
Vou criar esse danado,
Lhe dar abrigo e um berço.
Lhe dar abrigo e um berço.
Pois ninguém nessa vida,
Merece tanto desprezo.
Merece tanto desprezo.
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O gato entrou novamente,
Pelo o Quintal dos Galdino.
Pelo o Quintal dos Galdino.
Atravessando pela a cerca,
Daquela casa vizinha
Daquela casa vizinha
Da família dos Dogedios,
Entrando pela a cozinha.
Entrando pela a cozinha.
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Foi lá seu grande começo,
Como uma criança nasce nu.
Como uma criança nasce nu.
Ganhou uma tigela de leite,
E um pratinho de Angu.
E um pratinho de Angu.
No mesmo dia batizado,
Por quem ficou consagrado.
Por quem ficou consagrado.
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Manú era brigalhão,
Já perto da maior idade.
Conheceu a graça do Mato,
E viu bichos em quantidade.
E viu bichos em quantidade.
Caçava a própria ração,
Pois lá tinha liberdade.
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Pois lá tinha liberdade.
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No decorrer de sua vida,
Manú era um vagabundo.
Manú era um vagabundo.
Poucos dias passava em casa,
E outros passava no mundo.
E outros passava no mundo.
Mas voltava estropiado,
Cansado e sem nem um rumo.
Cansado e sem nem um rumo.
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Todo dia ao meio dia,
Bem na hora do almoço,
Bem na hora do almoço,
Dedé se levantava,
Para almoçar sem esforço.
Para almoçar sem esforço.
E Manú corria atrás,
Miando em alvoroço.
Miando em alvoroço.
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Era mania que tinha,
De ficar se alisando.
De ficar se alisando.
Entre as pernas do seu velho,
E do antigo Fiel Dono.
E do antigo Fiel Dono.
Querendo se alimentar,
Pois era da fome.
Pois era da fome.
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De todas as comidas,
A que ele mais gostava.
A que ele mais gostava.
Era do peixe Tilápia,
A que nunca dispensava.
A que nunca dispensava.
Mesmo quando estava doente,
Trocando a sua dentada.
Trocando a sua dentada.
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De todas as pessoas,
A que ele era mais próxima.
A que ele era mais próxima.
Era a irmã de Dedé,
E sua amiga Senhora.
E sua amiga Senhora.
Pois era quem lhe trazia,
Muita comida a toda Hora.
Muita comida a toda Hora.
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Quase todos os dias,
Só se ouvia a falar.
Só se ouvia a falar.
Manú, Manú, venha Manú, venha cá.
Era a Tia Senhorinha,
Chamando pra alimentar.
Chamando pra alimentar.
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E assim passou a vida,
Pra esse animal andarilho.
Pra esse animal andarilho.
Pois nunca vivemos pra sempre,
A não ser sobre os trilhos.
A não ser sobre os trilhos.
Ao comando de Deus Pai,
A base de muito Brilho.
A base de muito Brilho.
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O velho Manú apareceu,
Na ultima de sua Jornada.
Na ultima de sua Jornada.
Bem logo de manhã Cedo,
Com sua Pata quebrada.
Com sua Pata quebrada.
Vitimas de Vândalos,
E de gente mal amada.
E de gente mal amada.
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Os Veterinários do Lugar,
Se é assim que posso chamar.
Se é assim que posso chamar.
Que mal uma injeção.
Num Cavalo sabe dá.
Num Cavalo sabe dá.
Diagnosticou, não tem mais jeito,
Dessa pata consertar.
Dessa pata consertar.
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Isso é gente ignorante,
Que não sabe trabalhar.
Que não sabe trabalhar.
Talvez nem amor pelos os bichos,
Esses povo sabe dá.
Esses povo sabe dá.
Quanto mais saber dizer,
Se Manú iria Andar.
Se Manú iria Andar.
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Ficasse bom e vistoso,
Forte como um Zebu.
Forte como um Zebu.
Sem precisar desse povo,
Que mal vê um bem algum.
Que mal vê um bem algum.
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Manú já recuperado,
Mas mancando de uma pata.
Mas mancando de uma pata.
A velhice não deixava.
E pouco andava no mato.
E pouco andava no mato.
O cansaço acabaria,
Com sua coragem de gato.
Com sua coragem de gato.
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Já não saia de Casa,
A não ser pras necessidades.
A não ser pras necessidades.
Passou a comer ração,
Ganhou peso em quantidade.
Ganhou peso em quantidade.
Ficou gordo e bonito,
Mas perdeu as habilidades.
Mas perdeu as habilidades.
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Por obra de satanás,
E do mal a mundo.
E do mal a mundo.
Dos que perderam o respeito,
Pelo nobre vagabundo.
Pelo nobre vagabundo.
Fizeram grande maldade.
Ao pequeno moribundo.
Ao pequeno moribundo.
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Na ultima noite de sábado,
Para o mato ele iria.
Para o mato ele iria.
Fazer as necessidades,
Como de costume fazia.
Como de costume fazia.
Mas a sua caminhada,
Por ali terminaria.
Por ali terminaria.
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Um infeliz mal amado,
O porquê eu não entendo.
O porquê eu não entendo.
Jogaria uma comida,
Isso a base de veneno.
Isso a base de veneno.
Dando ao animal,
Esse nobre ser pequeno.
Esse nobre ser pequeno.
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Por volta das três e meia,
Daquela mesma madrugada.
Daquela mesma madrugada.
Arrastou-se ate em casa,
Pra findar sua jornada.
Pra findar sua jornada.
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Sorrateiro e cansado,
Em baixo da cama deitou.
Em baixo da cama deitou.
Lá deu os últimos suspiros,
Na agonia da dor.
Na agonia da dor.
Despediu-se de casa,
E foi morar com Criador.
E foi morar com Criador.
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O que podemos deixar,
Ao nobre Moribundo.
São os nossos sentimentos,
E o todo amor do Mundo.
E o todo amor do Mundo.
E que descanse em paz,
A direita de Deus Pai,
A direita de Deus Pai,
O nosso eterno Vagabundo.
cara essa homenagem a manú é de aripiar
ResponderExcluirAilton Daniel São Paulo 16/12/2011
Linda a homenagem, se todos olhassem os animais desse jeito, com amor, não víamos tantos absurdos contra os animais. Parabéns, pela atitude.
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