15 dezembro 2011

Manú - O nobre Vagabundo

Há nove anos atrás, 
Ele assim se apresentou.
Na esquina dos Galdino, 
Um pequenino gato chegou,
Com poucos dias de vida, 
Solitário e sem amor.
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Dedé logo avistou, 
Pois por ali ele estava.
Ao tomar a sua Brisa, 
Na beirada da Calçada.
O bichinho feio e Franzinho, 
Que ao os Poucos se Arrastava.
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Dedé ao olhar o bicho, 
Se sentiu meio comovido.
De ver um pobre animal, 
Aponto do esquecido.
Sem ter mãe e nem um dono, 
Pra lhe dar um lar querido.
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Pois foi naquele instante, 
Que pensou consigo mesmo.
Vou criar esse danado, 
Lhe dar abrigo e um berço.
Pois ninguém nessa vida, 
Merece tanto desprezo.
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O gato entrou novamente, 
Pelo o Quintal dos Galdino.
Atravessando pela a cerca, 
Daquela casa vizinha
Da família dos Dogedios, 
Entrando pela a cozinha.
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Foi lá seu grande começo, 
Como uma criança nasce nu.
Ganhou uma tigela de leite, 
E um pratinho de Angu.
No mesmo dia batizado, 
Por quem ficou consagrado.
Manú - O nobre Vagabundo
Com o nome de Manú.
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Manú era brigalhão, 
Já perto da maior idade.
Conheceu a graça do Mato, 
E viu bichos em quantidade.
Caçava a própria ração, 
Pois lá tinha liberdade.
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No decorrer de sua vida, 
Manú era um vagabundo.
Poucos dias passava em casa, 
E outros passava no mundo.
Mas voltava estropiado, 
Cansado e sem nem um rumo.
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Todo dia ao meio dia, 
Bem na hora do almoço,
Dedé se levantava, 
Para almoçar sem esforço.
E Manú corria atrás, 
Miando em alvoroço.
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Era mania que tinha, 
De ficar se alisando.
Entre as pernas do seu velho, 
E do antigo Fiel Dono.
Querendo se alimentar, 
Pois era da fome.
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De todas as comidas, 
A que ele mais gostava.
Era do peixe Tilápia, 
A que nunca dispensava.
Mesmo quando estava doente, 
Trocando a sua dentada.
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De todas as pessoas, 
A que ele era mais próxima.
Era a irmã de Dedé, 
E sua amiga Senhora.
Pois era quem lhe trazia, 
Muita comida a toda Hora.
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Quase todos os dias, 
Só se ouvia a falar.
Manú, Manú, venha Manú, venha cá.
Era a Tia Senhorinha, 
Chamando pra alimentar.
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E assim passou a vida, 
Pra esse animal andarilho.
Pois nunca vivemos pra sempre, 
A não ser sobre os trilhos.
Ao comando de Deus Pai, 
A base de muito Brilho.
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O velho Manú apareceu, 
Na ultima de sua Jornada.
Bem logo de manhã Cedo, 
Com sua Pata quebrada.
Vitimas de Vândalos, 
E de gente mal amada.
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Os Veterinários do Lugar, 
Se é assim que posso chamar.
Que mal uma injeção. 
Num Cavalo sabe dá.
Diagnosticou, não tem mais jeito, 
Dessa pata consertar. 
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Isso é gente ignorante, 
Que não sabe trabalhar.
Talvez nem amor pelos os bichos, 
Esses povo sabe dá.
Quanto mais saber dizer, 
Se Manú iria Andar.
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Manú - O nobre Vagabundo
Mas Deus foi generoso, 
Fazendo com que Manú.
Ficasse bom e vistoso, 
Forte como um Zebu.
Sem precisar desse povo, 
Que mal vê um bem algum.
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Manú já recuperado, 
Mas mancando de uma pata.
A velhice não deixava. 
E pouco andava no mato.
O cansaço acabaria, 
Com sua coragem de gato.
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Já não saia de Casa, 
A não ser pras necessidades.
Passou a comer ração, 
Ganhou peso em quantidade.
Ficou gordo e bonito, 
Mas perdeu as habilidades.
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Por obra de satanás, 
E do mal a mundo.
Dos que perderam o respeito, 
Pelo nobre vagabundo.
Fizeram grande maldade. 
Ao pequeno moribundo.
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Na ultima noite de sábado, 
Para o mato ele iria.
Fazer as necessidades, 
Como de costume fazia.
Mas a sua caminhada, 
Por ali terminaria.
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Um infeliz mal amado, 
O porquê eu não entendo.
Jogaria uma comida, 
Isso a base de veneno.
Dando ao animal, 
Esse nobre ser pequeno.
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Por volta das três e meia, 
Daquela mesma madrugada.
Arrastou-se ate em casa, 
Pra findar sua jornada.
Na casa onde foi recebido, 
Manú - O nobre Vagabundo
Pelas pessoas que o amava.
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Sorrateiro e cansado, 
Em baixo da cama deitou.
Lá deu os últimos suspiros, 
Na agonia da dor.
Despediu-se de casa, 
E foi morar com Criador.
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O que podemos deixar, 
Ao nobre Moribundo.
São os nossos sentimentos, 
E o todo amor do Mundo.
E que descanse em paz, 
A direita de Deus Pai,
O nosso eterno Vagabundo.