26 fevereiro 2011

José Daniel da Silva (Dedé de Ogédio)



Peço a Deus neste instante, 
Que ilumine minha mente,

Para falar de um caboclo, 
Destemido e valente,
Que nasceu lá no Sertão,
E que vive muito contente;
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Foi nos anos 30, 
Qual previa grande mudança,
O Brasil era um descaso, 
Nunca seviu tanta bagunça,
Mas o povo era sonhador
E cheios de esperança;
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Perde pra vice-presidência, 
João Pessoa o saudoso,
Ganhando para Presidência 
O grande Getúlio Vargas,
Homem de pequena estatura, 
Mas com o olhar para o povo,
Fazendo grande Revolução, 
Denominado Estado Novo;
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O sertão naquele tempo, 
No Brasil nem se falava,
Era esquecido por todos 
Nem no mapa se mostrava,
Reinava o catolicismo 
E bandidagem aflorava;
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Tinha como mentor 
O famoso padrinho Cicero,
Que acalentava o sertão 
Para fugir do sumiço,
Causada pela a politica, 
Era um grande reboliço;
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O sertão naquela década 
Temia grande pressão,
Pois um bandido e seu bando
Aceravam a região,
Temido e famigerado,
Por quem era chamado Virgulino Lampião;
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Em 17 de Fevereiro de 1930 nascia,
Jose Daniel da Silva, 
filho de Dona Maria,
Que enfrentaram dificuldades, 
Mas mesmo assim resistia;
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Viveu uma infância feliz 
Porem com muita aflição;
Em meio à zona rural,
Nos sítios da região,
Pois a seca rachava 
As terras do meu sertão,
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Em determinados momentos 
Eram obrigados a migrar,
Ficavam de sitio em sítios, 
E cidades a explorar,
Terras e climas melhores 
Param se aliviar;
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Foi com muito sofrimento, 
Que se tornou rapaz,
Passou a chamar Dedé de Ogédio, 
Por causa de seu Pai;
Tinha muitas amizades, 
Pois era querido demais,
Porem algumas delas, 
Não lhe esqueceu jamais;
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Jaime Aragão, Cicero Paulino,
 Puruca, Bal e Inácio Madalena,
Foram seus melhores amigos, 
Que ate hoje ainda lembra,
Ficou somente a lembrança,
Mas essa valeu apena;
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Brincou e não fez arruaças, 
Nos cabarés da vida,
Ir forro nos pés de serra, 
Era a sua paixão querida,
Logo a responsabilidade viria, 
Em alguns anos seguidos;
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Em 1965 aos 35 de idade, 
Conheceu uma moça
Por quem o aprovou,
Julia Dantas era seu nome, 
Por ela se interessou,
No mesmo ano sem demora, 
Foi com ela que casou;


Os anos foram passando,
Com ele as dificuldades;
Morou no sitio Várzea – Alegre 
Porem com felicidades,
Onde constituiu família,
Deu vez à paternidade;
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Foram todos criados, 
A base da agricultura,
Feijão, milho, algodão,
Farinha e rapadura,
Alimentos bem populares, 
Para uma vida muito dura;
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No ano 77 migrou-se 
Para a Zona Urbana,
Construiu uma casinha, 
De taipas ficou bacana,
Foi morar com a família,
Por ela que tanto ama;
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A família foi crescendo, 
Sete filhos se criaram,
Mais a dificuldade persistia, 
E lá por sempre reinavam,
Os mais velhos decidiram,
Ir para o Sul e debandaram;
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No inicio dos anos 90, 
Se previa felicidade,
Os filhos mais velhos se foram,
Por lá trazia saudade,
Aos os poucos acostumaram, 
Pois tinham a necessidade;
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Foi no ano 92, 
Que por lá tudo mudou,
Conseguiu a aposentadoria, 
A felicidade brotou,
Pois houve grande melhoria,
E assim se perdurou,
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Os filhos todos cresceram, 
E para o sul partiram também,
Por lá alguns se casaram, 
E outros pretendem também,
Todos lá vivem felizes, 
Com certeza estão bem;
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A velhice para Jose chegou, 
E Deus lhe deu um grande presente;
Uma casa grande e bonita, 
Onde vive muito contente,
La tem paz, felicidade 
E anda bastante gente;
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Hoje aos 81 anos de idade,
Rege muita saúde e vigor,
Com certeza irá além, 
Pois nunca se acovardou,
Isso são os sinceros votos de parabéns,
De seus filhos com muito amor...